A velha senhora, de vestes brancas e rosto queimado pelo sol, olhou-me e sorriu. Recolheu os búzios espalhados em cima da mesa e, carinhosamente, estendeu-me as mãos cheias, dizendo: "leve-os, faça deles o que quiser. Oiça o que o Mar lhe diz, mas escreva o seu próprio destino. Sem as mãos, sem a cabeça... só com a Alma".
Cheguei a casa com um bocadinho de ti no meu sorriso*. Sem querer, deixei-me trautear uma música simples (mais ou menos afinada) que agora mora no meu ouvido.
"À espreita está um grande Amor, mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração, na ponta do medo.
Vê como os búzios cairam virados p'ra Norte
Pois eu vou mexer no Destino, vou mudar-te a Sorte".
*Porque a Saudade não mata... mas engorda(-se)
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