March 03, 2009

"Mar adentro"



Foto: Marek Askiel

Com o passar do tempo, o meu barquinho foi crescendo. Tu ensinaste-me a escolher as melhores madeiras, com o mesmo entusiasmo que hoje me ajudas a içar as velas. As amarras, essas, desfaço-as sozinha. Com a alma bem apertada, mas a cabeça altiva de quem não tem dúvidas que escolheu o melhor rumo, na melhor altura possível (e há muito deixou de acreditar que há um tempo certo para tudo).

Vou deixar-me ir, tendo o horizonte como destino. Não pela vontade de me dar ao mar, mas pela necessidade de te deixar no cais. Porque tudo fica em Paz quando finalmente aprendemos (e compreendemos) que nem todos são felizes a navegar. Uns constroem um barco (uma caravela, uma casquinha de noz) e encontram a felicidade na viagem que fazem à sua procura. Outros são felizes no cais, à sua maneira, a ver as gaivotas planar por entre as nuvens, e apenas com a certeza de que o Sol, amanhã, como ontem, voltará a nascer.



2 comments:

Anonymous said...

É isso mesmo miga :)

Piri said...

=)